terça-feira, fevereiro 15, 2005

In memoriam...

Faleceu hoje o meu Renault 11 TSE 1.4, devido a doença prolongada. Nascido em 1986 e com três donos, o Renault encontrava-se ao serviço desta família desde o longínquo ano de 1992. Passou de geração em geração: de pai para filha, de filha para filho. Passou com distinção em todas as inspeções, até à última, no início deste mês. Chumbou rotundamente e a sua recuperação seria dolorosa e dispendiosa. A licença de 15 dias concedida pelo IPO do Autódromo do Estoril findou hoje. A família que o albergava e sustentava decidiu que seria melhor pôr fim ao seu sofrimento.
O corpo do Renault repousa esta noite em câmara ardente na capela do Cunha. As exéquias fúnebres terão lugar amanhã, na mesma capela, onde o R11 será desmontado em peças e a sua carcaça seguirá para uma vala comum juntamente com outras viaturas.
O PSD e o PP já suspenderam a campanha eleitoral e o Primeiro-Ministro já propôs ao Presidente da República que se proclamem dois dias de luto nacional. O Presidente Sampaio achou exagerado e decretou dois dias de luto domiciliário, só para a minha residência.
Durante estes dois dias, o lençol da cama dos meus pais encontrar-se-à a meia-haste.

Por ter sevido esta família com sentido de dever, honra, lealdade e competência, ser-lhe-à atribuída, a título póstumo, a Grã-Cruz de Faca e Garfo da Ordem de S. Domingos de Rana.


Aqui em grande estilo, com a marcha atrás engatada, a estacionar. O senhor do chapéu é um figurante e não foi maltratado durante a captação desta imagem (nem depois).