Gosto porque gosto
Volta e meia vou visitar o Lobi do Chá. Tenho-o, aliás, aqui na minha coluna da esquerda, na lista de colegas blogueiros. Nem sempre se pode concordar com tudo o que as pessoas dizem, mas gosto de ler o blog do JCS. Para além de ser um blog visualmente "limpinho", tem bons textos, textos que tocam na ferida. E hoje, enquanto o lia, gostei particularmente destas palavras, tantas vezes já ouvidas e repetidas, mas que convém relembrar volta e meia, sobre o estado do país, com particular destaque no último parágrafo:País africano, na Europa por engano
Da população urbana, que se balda nesta época para o Algarve, soube que uma deslocação ao Hospital de Faro é um imenso calvário. Soube também, imagine-se, que os médicos são todos espanhóis. Todos não serão, é certo, mas o povo exagera sempre e eu não seria excepção. Como não posso fugir aos impostos e não sou do clero, assumo a minha posição honrada de membro do povo. Do povo comezinho. Não gosto de frango, mas se gostasse, comê-lo-ia com as mãos! Até num jantar de gala.
Bom, não era sobre a minha rudeza que eu queria falar. Era, isso sim, sobre um povo que paga uma fortuna em impostos e que, necessitando, não tem cuidados médicos mínimos. Não tem um serviço aceitável, para além de ser necessário conseguir transmitir as dores em castelhano. Para bajo, para bajo, doctor.
O dinheirinho que tanto custa dar ao Estado, espalha-se por empresas públicas, por autarquias, por vereadores, por assessores, por institutos, por conselhos de inutilidade garantida, por motoristas e respectivos automóveis, também por telemóveis, por grandes obras, por grandes derrapagens. Andam todos a comer da gamela. Todos menos aqueles que, em virtude de uma dor de garganta insuportável, têm de enfrentar um bando de funcionários descontentes, umas instalações insuficientes, sacas de incompetências, pilhas de ignorância e má educação, falta de higiene e nojice. Como se não bastasse, reza que ainda somos gozados. Preenche-se um livro de reclamações que, no país da irresponsabilidade, cai no mesmo sítio que todos os nossos desaforos: em saco roto.
Bom, não era sobre a minha rudeza que eu queria falar. Era, isso sim, sobre um povo que paga uma fortuna em impostos e que, necessitando, não tem cuidados médicos mínimos. Não tem um serviço aceitável, para além de ser necessário conseguir transmitir as dores em castelhano. Para bajo, para bajo, doctor.
O dinheirinho que tanto custa dar ao Estado, espalha-se por empresas públicas, por autarquias, por vereadores, por assessores, por institutos, por conselhos de inutilidade garantida, por motoristas e respectivos automóveis, também por telemóveis, por grandes obras, por grandes derrapagens. Andam todos a comer da gamela. Todos menos aqueles que, em virtude de uma dor de garganta insuportável, têm de enfrentar um bando de funcionários descontentes, umas instalações insuficientes, sacas de incompetências, pilhas de ignorância e má educação, falta de higiene e nojice. Como se não bastasse, reza que ainda somos gozados. Preenche-se um livro de reclamações que, no país da irresponsabilidade, cai no mesmo sítio que todos os nossos desaforos: em saco roto.