sexta-feira, outubro 28, 2005

Opiniões de quem sabe!

D. Otília, reformada há 15 anos:

«Quem é que contrata as pessoas que trabalham nas máquinas de bilhetes (supostamente) automáticas?? E onde é que fazem o recrutamento? Já todos viram o tamanho das máquinas onde se pode comprar, por exemplo, bilhetes de metro ou de comboio! Vão-me dizer que um monstro daquele tamanho não tem, pelo menos, um funcionário lá dentro a operá-la? Vão-me tentar convencer de que aquilo é tudo automático?! Sim, claro! Em Portugal...tudo automático?!!
É que não compreendo quem é que aceita trabalhar naquelas condições sub-humanas! Se calhar são gente de leste ou assim... ou imigrantes africanos. É que não estou a ver um português a fazer aquilo, que já se queixa quando trabalha em part-time na recepção de uma biblioteca, que até é arejada!
Bom, para começar tem de ser uma pessoa pequena!! E não acredito que ponham crianças a fazer aquele trabalho!! Nem em Guimarães fariam isso! Por isso, inclino-me ligeiramente para os anões!
São, de certeza, anões que trabalham dentro daquelas máquinas. Um dia hei-de ficar até ao fim do dia para ver o que sai de lá de dentro! Sim...porque aquilo deve rodar o turno! Não ia lá ficar o mesmo 24h! Aquelas máquinas não param!!
Já o estou a ver: baixinho, em manga curta e calções (que dentro daquela maquinaria toda deve fazer calor), com um casaquito na mão para quando larga o serviço e a descer dali para baixo. Antes de sair, claro, mete o letreiro a dizer "Fora de Serviço" até chegar o colega do turno seguinte! Por isso, quando virem esse aviso nas máquinas, é porque ou apanharam a mudança de turno, ou o gajo que lá estava foi beber um cafezinho ou fazer um xixi.
E não conheço nenhum sindicato que proteja estes valorosos trabalhadores. Se calhar são afectos à CGTP ou à UGT! Porque passarem ali horas fechados, no escuro! É que a única luz natural que entra ali dentro é a que vem pela ranhura das moedas!!
Pobrezinhos... eu uma vez até meti umas moeditas a mais do que era preciso, para ajudar os pobres. Se todos fizessem o mesmo, pelo menos as famílias dos anões viviam melhorzinho! Mas vejam lá... de tão honesto que era o senhor... devolveu-me as moedas em demasia! Mas eu compreendo... devem ter sempre os patrões a controlar!
É uma vida muito dura! Ainda a gente se queixa!!»